quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O drama da terceira idade


O drama da terceira idade
 
Gregório José
 
Chegar à idade madura, acima de 60 anos é fogo. A cabeça está tinindo de afiada, o conhecimento é enorme em diversos assuntos e frentes e o melhor, sabemos como nos livrar dos perturbadores com classe e distinção.
O problema é o corpo. Ele já não responde com tanta agilidade e destreza de tempos atrás. E olha que foi há alguns anos apenas. Talvez 10, 15, quem sabe 20 anos atrás.
Sabe aquela vontade de correr, de pular numa piscina agarrando as pernas encurvadas? Pois é. Se fizer isto cairemos até o fundo da piscina e, ao sermos socorridos ainda terá gente dizendo: “Tadinho. Não sabe que não é mais uma criança”!
O problema é que deixamos de ser crianças aos 12, 13 anos.
Sabe o que é pior: é ouvir apresentador de televisão chamando “cavalões” de 23 anos de adolescente.
Na minha época, adolescente tinha entre 14 e 17 anos. Com 18 já éramos donos de nossos narizes. “Pelo menos pensávamos assim”.
Hoje, pessoas com 30, 35 anos são chamados de jovens e, um fato triste, ainda moram com os pais. Têm roupa passada e comida quentinha na mesa. E, um dado triste: não contribuem com as despesas da casa. Não sabem quanto custa um talão de água, de energia. Não sabem quanto custa um pacote de arroz, de feijão.
Chegar aos 65 anos de idade e ser tratado como “que lindo esse vôzinho (sic)”, “deixa o vôzinho passar na frente”, “que gracinha”. Ara! A idade chegou, mas a capacidade de pensar, agir, trabalhar e sustentar uma família ainda permanece a mesma.
O corpo enrugou, as mãos ficaram trêmulas, as pernas não têm a agilidade de anos anteriores? É só um fato. Os idosos ainda têm discernimento e vontades próprias.
Tem muitas pessoas com mais de 65 anos que curtem a vida adoidado. Que conhecem mais o Brasil do que político em campanha eleitoral.
Tem idoso que, além de se sustentar, ainda paga as contas dos filhos que, infelizmente, deixaram os estudos quando tiveram oportunidade e, hoje, com falta de experiência e conhecimento, pagam o preço do abandono com trabalhos de baixos salários.
Tem idoso que não sabe ficar parado e sai fazendo “bico” aqui, “bico” ali, aumentando ainda mais seus rendimentos.
Outros, cansados de terem começado cedo a trabalhar, curtem a vida nos clubes, jogando baralho ou caminhando no final de tarde à beira mar.
O problema do idoso é chegar a um hospital público, um “postinho de saúde”. Os atendentes, enfermeiros (auxiliares, técnicos) e assistentes sociais chamando-os de “vôzinho”. Ah! Para com isso.
Idoso não perdeu a senilidade porque a idade chegou.
Acolher sim, mas tratar idoso como se fosse criança é demais.
Vamos parar com esta demagogia.
Vamos tratar como igual, afinal, o idoso paga os impostos e suas contas, talvez as dos filhos. Contribui com o País.
Abaixo a infantilização do idoso.
Tratem o idoso com o respeito que merecem, não como crianças!
Respeitem os cabelos brancos, não ridicularizem quem precisa apenas de atenção.
 
Radialista e Jornalista
 
 
 
Gregório José - 8817-8845

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