domingo, 29 de setembro de 2013

Casa Abrigo é reaberta após dois anos

Casa Abrigo é reaberta após dois anos

Em menos de um ano, os casos de violência contra a mulher aumentaram em 103%, segundo ocorrências da Polícia Militar em relação aos anos de 2010 e 2011. Atenta à essa situação, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Trabalho (Sedest) em parceria com a Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher e a Rede de Enfrentamento Contra a Violência Doméstica e Familiar reativaram a Casa Abrigo “Travessia”.
O local é destinado à assistência de mulheres em situação de risco iminente de morte decorrente de ameaças ou violência doméstica e familiar. A casa, que tem seu endereço em sigilo, foi completamente reformada e equipada. O investimento total foi de R$ 40 mil. O imóvel possui estrutura adequada para abrigar dez pessoas entre acolhidas e seus filhos, três quartos com suítes, sala de convivência, refeitório, cozinha, lavanderia, área externa ampla, depósito para estocagem de material, equipamentos e material de limpeza e higiene. Uma equipe composta por sete servidores da Sedest, entre assistentes sociais, psicólogos, administrativo e serviços gerais, vai trabalhar no espaço.
Criada em 2002, o equipamento teve o atendimento paralisado há quase dois anos. Agora reativada, a Administração municipal vai enviar projeto de lei (PL) regulamentando a Casa Abrigo para evitar novo fechamento. O PL vai deliberar sobre a estrutura de funcionamento, servidores que devem trabalhar no espaço e as atividades a serem desenvolvidas.
“Desde o fechamento da casa, as mulheres não tinham um espaço onde elas pudessem ser abrigadas e tratadas no sentido de recuperar a dignidade, a autoestima e a convivência familiar. É mais um equipamento que vem para a proteção à mulher. Os casos mais graves podem chegar até seis meses de abrigamento. Nesse período, elas têm a oportunidade de fazer cursos profissionalizantes para o reencaminhamento ao mercado de trabalho. Além disso, temos a segurança de saber que elas não ficarão abandonadas”, disse o secretário municipal de Desenvolvimento Social e Trabalho, Murilo Ferreira.
O encaminhamento das vítimas é feito via Delegacia de Atendimento à Mulher. A delegada Juliana Santos Machado reconhece que o índice de violência tem aumentado e por isso é essencial ter um espaço que possa receber as vítimas. “Muitas mulheres vivem em uma situação de violência tão crítica que elas não podem continuar no ambiente em que vivem, nem em casas de familiares, pois, muitas vezes, o agressor conhece o círculo afetivo e de amigos da vítima. A Casa Abrigo é fundamental para que a mulher retome a autoestima, consiga retirar os filhos da violência e recomece a vida”, observou.
Junto com a assistência psicossocial, o maior objetivo do poder público é inibir esse tipo de violência. Registros apontam que na última década houve mais de 40 mil homicídios de mulheres no Brasil. A preocupação é que grande parte dos casos não é registrada devido à dependência financeira e psicológica da mulher em relação ao parceiro. A violência contra as mulheres se manifesta de múltiplas formas no cenário brasileiro e a sanção da Lei Maria da Penha criou condições para que as mulheres denunciem a violência doméstica que sofrem.  “A lei é um instrumento importante, mas cabe ao poder público colocá-la em prática. A Casa Abrigo faz parte da efetivação dessa lei”, declarou o prefeito Gilmar Machado.


Fillipe Alves

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