segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

ESPECIAL CARNAVAL 2015

ESPECIAL CARNAVAL 2015

Acadêmicos do Samba destacará mulheres negras em seu desfile

            Para disputar o título de campeã do Carnaval 2015 de Uberlândia, a escola Acadêmicos do Samba desfilará com o tema “Mulheres negras: Joias do povo brasileiro”. Mais de 400 integrantes percorrerão a avenida José Roberto Migliorini defendendo a agremiação que será a primeira a desfilar na noite de domingo (15). Durante toda esta semana, a Secretaria de Comunicação irá divulgar reportagens sobre as escolas de samba, encerrando na sexta-feira com os blocos carnavalescos.
            A ideia sobre o tema escolhido pela Acadêmicos do Samba foi motivada pela instituição da lei federal 12.987, de 2014, que instituiu o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, comemorado anualmente em 25 de julho. A homenagem à Teresa de Benguela ocorreu por ela ter sido uma líder do Quilombo do Piolho ou Quariterê, no século XVIII, na região do atual Estado do Mato Grosso (MT). Com este ato, o Governo Federal manifestou o desejo nacional de valorizar ainda mais as mulheres negras a partir do ano de 2014, quando também se comemorou o centenário do nascimento de Carolina Maria de Jesus. Nascida na cidade de Sacramento (MG), Carolina de Jesus era de uma família de negros analfabetos, mas se tornou uma escritora best-seller e referência na literatura. Ao se inspirar nestes fatos, a Acadêmicos faz uma analogia entre as mulheres negras e as joias, com atos que mudaram a história do Brasil.
            O tema da Acadêmicos é ainda mais amplo quando se observa o desenvolvimento histórico brasileiro e a importância das mulheres negras neste contexto. “Retiradas inicialmente do seu país, de seu continente de origem, a África, as mulheres afrodescendentes não foram tratadas como seres humanos, mas como animais ou mercadorias. Elas foram escravizadas, violentadas, passaram por processos difíceis e dolorosos, mas sobreviveram para mudar esta história”, disse a integrante da direção da escola Antônia Aparecida Rosa.
            A preparação do desfile envolveu pesquisas, entrevistas e diversas atividades na busca pelo papel histórico e atual das mulheres negras na sociedade brasileira. Outra preocupação envolveu questões ambientais e por isso a equipe da Acadêmicos decidiu por utilizar materiais recicláveis e reciclados em suas fantasias. Tudo isso poderá ser conferido no domingo (15) numa apresentação que contará com 11 alas, divididas em quatro setores e quatro carros alegóricos.

Acadêmicos e sua história

A Acadêmicos do Samba foi fundada em 1981 pelos senhores Lauro Moreira, Vitor Daniel de Oliveira (Vitor Alfaiate), João Batista (João da Lata), Marlene Sônia Crosara, Hafez Chacur e Ary de Castro Santos, entre outros. A escola promovia seus ensaios na atual casa de shows Fazendão, na região central da cidade. Por isto foi apelidada por Escola de Samba do Fazendão. 
            O primeiro título de campeã foi em 1986 com o enredo “Reinado do Tucano”. Seguiu-se uma série de vitórias que deu à Escola um tetracampeonato (1986, 1987, 1988 e 1989). Com as cores preto, amarelo e azul e tendo como símbolo o tucano, a Acadêmicos também foi campeã no ano de 2001.

Acadêmicos do Samba em 2015
Enredo: “Mulheres negras: Joias do povo brasileiro”
Presidente: Gilmar Batista
Carnavalesco: Milton Cantagalo
Total de integrantes: 400 
Alas: 11 
Setores: 4

Samba-enredo: “Mulheres negras: Joias do povo brasileiro”
Compositor: Rogério Miranda
Intérprete: Gilmar Batista

Salve a mulher negra brasileira
Guerreiras, rainhas do meu coração
Hoje nossa academia
Te louva nessa canção (bis)

São elas nossos candeeiros,
Embriagadas na cultura social,
Homenageadas nesse enredo
É poesia que encanta o carnaval
Militantes em defesa da população.
Jóias do povo brasileiro
Bem articulado em contraposição
Ao racismo e ao preconceito

Eu te convido para passear
Vou te mostrar as coisas que você ama,
Eu farei tudo para te agradar
Eu sou acadêmico do samba (bis)

Desde as caravelas lá estavam elas
Em nossa conquista é fundamental
No movimento Tereza de Benguela
Dandara e Conceição Leal
Alta de Souza, Maria Marias
Olga Helena e Carolina Maria de Jesus
Chica da Silva, Anastácia e Benedita
Mães e senhoras são divinas luzes

São lindas pérolas negras
Aparecida é milenar
Juvelina, Ivone e Clementina
Leci Brandão traz historia em seu cantar

Marden Rangel
Cultura

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